quarta-feira, 21 de dezembro de 2011



Ele, tentando o oposto!
Ela, prezando pelo gosto!
Ele desmancha a camisa, afasta o bigode,
e fica ainda mais lindo:- como pode?!
Ela pinta a cara, sandália mais alta
e reflete o espelho : - ainda falta!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011


"Um outro dia, embaixo da chuva, esperamos um barco à beira de um lago; a mesma lufada de aniquilamento me atinge, desta vez por felicidade. Assim, às vezes, a infelicidade ou a alegria desabam sobre mim, sem nenhum tumulto posterior, nenhum outro sentimento: estou dissolvido, e não em pedaços: caio, escorro, derreto. Este pensamento levemente tocado, experimentado, tateado (como se tateia a água com pé) pode voltar. Ele nada tem de solene. É exatamente a doçura."

Roland Barthes


segunda-feira, 21 de novembro de 2011


 
Estação Tamanduateí, da CPTM. Acabo de fechar um livro de contos do Érico Veríssimo:Sonata, o que havia acabado de ler. Conta a história de um professor de piano, de uns 28 anos, que se apaixona por uma moça,um pouco mais nova, que não pertence ao seu presente, assim como no filme de Woddy Allen. Ela é de um tempo de golas altas, saias compridas e cintura marcada. Compõe para ela uma sonata,Sonata... em Ré Maior. Prova de seu amor.
Assim que desço do trem para fazer a baldeação para Vila Madalena, do metrô, começo a ouvir de longe um piano. Á medida que subo as escadas o som vai aumentando e tomando conta de meus ouvidos. Um rapaz, de uns 20 e poucos anos, toca um desses pianos espalhados pela cidade.É uma canção dessas que mais parecem um suspiro... Ao seu lado uma moça, um pouco mais nova. A ternura com que se olham enquanto ele toca é indescrítível! Por alguns instantes o tempo pára e sinto um pequeno e doce milagre numa típica manhã paulistana, repleta de vai e vem."-Um milagre me atravessou!"
Então, quase acreditei que eles acontecem assim, diante dos nossos olhos. Acontecem!
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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

E ali, dentro daquele instante ainda pensei: Por quanto tempo? Quantas bocas serão inevitáveis para calar minha pele? Ali, dentro/fora da varanda enluarada, a brisa divisando o tempo: Vai...
E eu duvidei. Num despautério sem fim não parei e... não findei.  
Por quanto tempo ainda? O vermelho no peito, as escadarias mais coloridas que esses olhos! Na verdade, não. Não são tão coloridos assim: são olhos imprecisos, perdidos num lugar qualquer entre o vão da porta. Lugar esse que não visito, que não tomo parte e talvez nem queira tomar. Para que forjar um sentido? Em verdade, com os olhos (agora os meus!) fechados e as mãos à procura, aflita, tive certeza de ti. Daquelas certezas que escorrem até os pés! Eu procurava era por ti! E assim, eu quase te amava! Assim, eu quase te amo! Quase penso que será pra sempre tu e eu! Por quanto tempo ainda? A tua boca que me encontra com a delicadeza de ave pousando... As tuas mãos fazendo de meu corpo  bela canção... Eu quero o teu timbre, os teus ais...
 Nada mais significa amor quando você não está!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Cabelos bordados pela noite
Assim...você chega, você vai...
Canção nasce no horizonte
Desabrocha um leve ai...




sábado, 15 de outubro de 2011

sábado, 24 de setembro de 2011

 

Quixeramobim,CE, 03/2011
da Ponte Metálica
























Um homem limpa os peixes.
Pé na água... fresca...suja. Um.
Cabeça mais funda que as areias barrentas.
Ainda não me vê. No instante seguinte irá me notar e sorrir.
Chinelos azuis. Quatro.
Muitos caminhos, talvez!
Cabelos, roupa, dia ... ensolarados.
Fio amolado atravessa os corações.
Dois!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

foto de Alécio Cezar, Praia da Joaquina, Floripa, SC


Ao amigos!


Mãos dadas...
Confortam num porto seguro: vai!
Te seguro,te liberto...caminho-te!

Mãos do enlace ou mãos do "não"!

O diretor Ilo Krugli , Teatro Ventoforte, sempre , vez ou outra nos lembrava uma história sua, ou melhor de sua mãe. Quando lhe perguntavam se acreditava em Deus, ela dizia:
"- Deus é a minha mão!As minhas mãos!", e mostrava as mãos espalmadas,os dedos abertos...Mãos do trabalho, que contróem o dia-a-dia e a possibilidade de um convívio melhor! Que é à partir de um ato prático e contínuo que se estabelece uma real mudança!

Sempre me emocionei com as mãos dadas! É como uma espécie de concretização de um ato amoroso:
 -Vem, que estou aqui!
Durante essa semana, senti isso na pele! A ajuda de uma grande amigo que impossibilitou um desfecho pior! As mãos e a alma estavam ali, abertas e prontas! Mas nem sempre é assim. Nessa mesma noite, depois dele me descer dois lances de escadas no colo e me colocar aos pés da porta de entrada do prédio e sair correndo em busca de socorro, ao encontrar um táxi , se deparou com a seguinte situação: " - Por favor, eu preciso ir para o HC! Ela está passando muito mal!" ,e apontou em minha direção. O taxista mais do que depressa levantou os braços num gesto de repulsa e disse que não me levaria no carro dele, como que evitando a aproximação com uma pessoa em estado grave de saúde, evitando sei lá o quê,"surpresas" ou mudança de sua zona de conforto! Meu amigo só o dissuadiu da ídeia de não me levar quando anotou a placa de seu carro e o ameçou processar por omissão de socorro! Não bastasse esse fato, abusando do estado de nervos em que ele se encontrava, o taxista deu o troco errado ao meu amigo no final da corrida, ficando com alguns reais a mais em sua carteira, talvez como uma espécie de " taxa extra "por carregar alguém naquele estado "fronteiríço"(não o psiquiátrico mas o do enlace!) em seu  veículo!
É...parece mentira! Mas essa é apenas uma das muitas histórias de pessoas, como esse taxista, que preferem lavar as mãos diante de um fato decisivo! 

Mas também é um grande salve a quem faz do mundo um lugar pra se andar de mãos dadas!!!!
Salve!!!!!

Drummond, em seu poema "Mãos dadas"
  
    Mãos dadas
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.

O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.
20/09/11

quinta-feira, 1 de setembro de 2011


As coisas sempre me caíram.
Quando criança era um cachinho que vez por outra escapava sobre a testa ou os pensamentos curiosos que se estatelavam pelo chão.
Agora me caem as palavras. Sobre mim e minh´alma ( juntas, eu e alma, escoamos pelos pés! )Também caem amores! Amores e palavras são os mais comuns!
Palavras que caem numa estrada empoeirada e crescem, depois das chuvas, recostadas a um pé de milho meio torto. Palavras que soam nas palmas de minhas mãos numa porta amadeirada desejando mudar os rumos.
Já os amores...Se pudesse deixaria que os amores voassem!  Que depois de murchos e cansados pudessem alçar voos mirando uma fazenda de algodão. ( Não deixar que os amores caiam sobre a terra!) Ou caso inevitável, que surgisse dali, como mágica , um sutil girassol!
Um amor-palavra!

(no avião, MS-SP,2010)

terça-feira, 30 de agosto de 2011



Hoje celebrei os amores não vividos
As viagens infindáveis
As estradas não corridas.

Celebrei os presentes mais queridos
As mãos áridas de carinho
As velas não sopradas.

Hoje decorei o quarto improvável
Vesti-me de vermelho sangue
Guardei nosso retrato em branco.

Hoje sequei as nossas dores
Botei a planta pra fora
Lembrei de nossos desencontros.

Hoje celebrei os amores não vividos.


(em algum dia da segunda metade de 2009) 

segunda-feira, 29 de agosto de 2011


Quando eu não posso mais, quando tudo a minha volta começa a perder o sentido eu me ponho a cozinhar. Corto os tomates bem picados e deixo o seu caldo avermelhado tingir os vãos de meus dedos. Separo a cenoura, a berinjela, reservo azeitonas e milho verde. Pico, em pedaços bem pequenos, metade de uma cebola firme e brilhante. Só então eu choro!
Ao meio
Eu que sempre começo , que sempre termino, tenho andado nos meios.
"Em-meiada"...

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

E aos poucos os livros se acomodam, as toalhas se aconchegam, os santos se elevam. Todos à espera da alma que ainda se encaixa, trôpega, nas carnes. Mente enraizada ganha luas mas as canções ainda estão no meio do caminho... à margem da estrada...Só esperando o aviso!

domingo, 31 de julho de 2011


Hoje, antes de atravessar a rua, olhei para o meu lado direito e vi Ofeu e Eurídice, ali parados. Persona e pessoa. Talvez reflexo... talvez sim, talvez não. Entre o sinal amarelo e vermelho, Eurídice atrai os olhares. Baixa a cabeça. Entre o sinal vermelho e verde, Orfeu avança. Começa a caminhar. E, incorrigível, olha pra trás! Dúvida eterna...

quarta-feira, 27 de julho de 2011




Als das Kind Kind was







Quando a criança era criança, balançava os braços.Desejava que o riacho fosse rio, que o ri fosse torrente...e essa poça, o mar.




Quando a criança era criança, não sabia que era criança.Tudo era cheio de vida e a vida era uma só.
Quando a criança era criança não tinha opinião...Não tinha hábitos, sentava-se de pernas cruzadas, saía correndo...Tinha um redemoinho nos cabelos e não fazia pose para fotos.
Quando a criança era criança, era tempo destas perguntas:
Por que eu sou eu e não você?Por que estou aqui e por que não lá?
Quando começou o tempo e onde termina o espaço?
Será que a vida sob o sol nada mais é que um sonho?
Será que o que vejo escuto e cheiro não é apenas uma miragem do mundo anterior ao mundo?Será que realmente existe o Mal e pessoas malvadas?
Como é possível?Eu, que sou eu, não exista antes de existir.
E, no futuro, eu, que sou eu...Não serei mais quem eu sou.

" O sol da manhã. Os olhos da criança. Banho na cachoeira. As primeiras gotas de chuva. O sol. O pão e o vinho. O salto. A Páscoa. As nervuras das folhas. O vento no capim. A cor das pedras. Os seixos no fundo do rio. A toalha de mesa branca ao ar livre. Sonhar com uma casa na casa. O ente querido dormindo no quarto ao lado. O domingo tranquilo. O horizonte. A luz do quarto no jardim. O voo noturno. Andar de bicicleta sem segurar. A bela desconhecida. Meu pai. Minha mãe. Minha esposa. Meu filho."

Quando a criança era criança, detestava espinafre, ervilhas,arroz-doce e couve-flor refogada.Agora ela come de tudo e não apenas porque precisa.
Quando a criança era criança acordou numa cama estranha...E hoje isso é frequente.
Muitas pessoas lhe pareciam bonitas antes...Hoje é raro, só com sorte.
Tinha uma visão clara do paraíso...Hoje consegue apenas supor.
Não conseguia imaginar o nada...Hoje treme ao pensar.
Quando a criança era criança, brincava com entuiasmo...Hoje só se entusiasma quando seu trabalho está envolvido.
Quando a criança era criança, era tempo das perguntas:
Por que eu sou eu e não você?
Por que estou ali e não aqui?
Quando começa o tempo e onde termina o espaço?
Será que a vida debaixo do sol nada mais é do que um sonho?
Quando a criança era criança, vivia de maças e pão...E ainda é assim.
Quando a criança era criança, amoras caíam em suas mãos...E ainda é assim.
As nozes deixavam suas línguas ásperas...E ainda o fazem.
Ao chegar chegar ao topo da montanha, queria outra mais alta.Em cada cidade, deseja outra cidade maior.E ainda o faz.
Subia nas árvores para colher cerejas com grande alegria, como hoje.
Ficava tímida diante de estranhos, e ainda fica.
Aguardava a primeira neve...E continua aguardando.
Quando a criança era criança, atirou uma lança de madeira contra uma árvore...A qual tremula ali ainda hoje.
"Algo aconteceu.Ainda está acontecendo.Me prende.
Foi verdade à noite e é verdade agora, neste momento.
Quem foi quem?Estive dentro dela e ela em volta de mim.Quem neste mundo pode dizer que já esteve unido a outro ser?Eu estou unido.Nenhuma criança mortal foi concebida mas sim um quadro imortal compartilhado.Aprendi sobre estupefação esta noite.Ela me levou pra casa, e encontrei meu lar.Aconteceu uma vez.Aconteceu uma vez, portanto vai acontecer.
A imagem que criamos me acompanhará até morrer.Terei vivido em seu interior.Somente a estupefação com nós dois...A estupefação com o homem e a mulher me tornou humano."
Eu agora sei o que nenhum anjo sabe!

do filme "Asas do Desejo", de Win Wenders.




































































































































































































































































































































































































































































quarta-feira, 6 de julho de 2011



Dizer sim a um instante é dizer sim a toda existência!

Waking Life! O que é sonho e o que é real? “Sonho é destino!”, diriam alguns.

Em um dos diálogos desse filme, uma moça questiona o fato de que quando somos jovens e, sendo assim supostamente mais distantes da morte, nossas ações são impulsivas, como se tudo fosse acabar amanhã e temos essa certa urgência em tudo o que fazemos. E à medida que o tempo passa e vamos ficando mais velhos, adquirimos calma apesar de estarmos cada vez mais próximos do fim. Não é um paradoxo? Não deveríamos ficar cada vez mais aflitos com o fato do dead line se aproximar? Ou não? Vamos nos acostumando com o dia após dia e esquecemos o curto tempo que temos? Ou simplesmente entendemos e aceitamos o jogo, seja ele qual for? Eu não saberia responder, nem sei se quero e se é realmente necessário. Talvez seja como diz a Clarice Lispector: Viver supera qualquer entendimento!

E são tantas pequenas surpresas que nos aparecem... a cada instante!!! Eu sempre tive a sensação de que temos uma rédea, como se nossa vida fosse uma biga romana e vamos ali, conduzindo na direção que queremos, como que queremos, na hora que queremos, enfim... Mas de repente aparece uma rédea maior e vira a direção! E ficamos ali tentando equilibrar tudo, ou melhor, eu fico na equação; o meu desejo x o do que me surpreende. Talvez não devesse tentar guiar, devesse me deixar ser... Não sei... Mas essa sensação de que quando dizemos sim a um momento dizemos a uma existência é pertinente, já que uma existência é o agora, o ontem e o amanhã, numa grande mistura filosófica.
Porém, e se viramos a nossa briga pra uma estrada fora do curso? Bom, aí já pressuponho que havia um!rs Sem entrar nesse questionamento , que é ainda mais amplo, mas sim na sensação de estar fora de curso. Seria isso intuição? Medo? Ou simplesmente uma questão inerente a quem se põe a pensar sobre a vida? Porque o contrário também é verdadeiro, dizer não a um instante é dizer não a toda uma existência!

Quando eu era criança acreditava numa espécie de jogo. Era assim:

Eu acreditava que havia duas de mim: eu mesma, com minha família e outra que morava num lugar muito distante, no Alasca, que pra mim era o lugar mais distante que poderia ter! E não era só eu, todos tinham essa espécie de duplo. Eu sempre ficava pensando o que a outra de mim estaria fazendo agora? Será que diante de essa situação ela faria o mesmo? E vivia quase que diariamente nesse questionário sem fim. Porque o jogo funcionava dessa forma: no final
( daí não saberia explicar exatamente do que, se da vida, enfim...era apenas uma criança!) seriam comparadas as ações e a que conseguisse as melhores saídas poderia ter a vida única, só pra ela, seria enfim um único ser. Realmente acreditava nisso e às vezes perguntava aos que estavam em volta como estavam os seus “outros”. Acreditava também que durante o sonho (o de quando estamos adormecidos!) combinávamos o que iríamos fazer no dia ou em períodos próximos. Discutíamos (não sei com quem!) e decidíamos o que seria melhor. Porém, ao acordarmos, poderíamos ou não fazer o combinado.

E aí é que está: Éramos livres pras escolhas! Éramos? Somos! sempre somos!Eu tinha uns cinco anos.. Waking Life!







foto: Alécio Cezar

sábado, 18 de junho de 2011

Nem sei como cumece



"Eu vou contar uma histora que eu não sei como cumece”

Patativa é para todos os momentos! Pois é, nem sei por onde começar...
Antes de sair de São Paulo coloquei como meta para o Palco Giratório o ato de escrever todos os dias, coisa que aos trancos e barrancos consegui fazer , deixando escapar apenas um dia ou outro , quando participei dessa mesma saga giratória com o Ventoforte , em 2008. Aí me pergunto: como eu consegui? É tanto que vi, ouvi, que troco, que sinto, é tanto mar, é tanto chão, é tanto de um tanto que não se finda... e ainda assim parece que nunca basta! Como estar grávida de algo que não se sabe bem o que é! Ebulição!

No Pensamento Giratório, no Rio de Janeiro, o professor citou um outro poeta que dizia que a poesia era como ouriço, que ela te transpassa, te machuca, te incomoda por qualquer lugar que você tente pegá-la! No momento quase descordei pensando: “Também conforta!” Mas eu estava enganada; até o conforto é ânsia!. É um me encontrar lá no fundo, quietinha no meu canto. E desde que deixamos nosso porto-paulista tem sido assim. Tenho sido cutucada ora pelo sol intenso , pelo sal desses mares azuis na pele (como consegue ser tão azul e tão verde ao mesmo tempo?) ora pelas pedras deslumbrantes da estrada de Quixadá, pelo Dragão do Mar, pelo pôr do sol em João Pessoa, pelos barquinhos de São Salvador ...

Mas, além de todas essas visagens se plantarem dentro de mim sou atravessada pelas pessoas que se achegam com suas histórias , com seus cantares! Como um encontro fortuito nos Arcos da Lapa que foi desembocar em Salvador na oralidade de Zé Poleiro, através do gesto carinhoso de Arthur. Como numa tarde vagarosa em João Pessoa em que tivemos o privilégio de dividir a mesa, os sambas, a cerveja, os cocos de raiz com o lindo senhor que responde por Baixinho. Ouvimos seu pandeiro e seu poderoso cantar do alto de seus cabelos brancos. Ajuntou gente, mais pandeiros, mais violão, grupo Lavoura, Teatrália e outros encantados!

Como não se emocionar ao ouvir Bule Bule(Salvador) e Franklin Maxado (Feira de Santana) com seus cordéis ou não ter vontade profunda de voltar a estudar depois de presenciar o professor Rubens Pereira falar sobre a linguagem e a poesia!
É tanta gente, é tanta arte , são tantas Anas, Danis, Zés, Raimundos, Nocas ... é tanto de um tanto que nem sei...se eu for citar tudo ou todas as pessoas que me geminaram até agora seria ingrata com alguém ou pelo esquecimento de nome, ou pelo modo raso de falar de tanta profundidade.

Hoje o núcleo durante o Pensamento Giratório em Feira de Santana foi desafio. Que desafio bão! Bom dimai!!!
Nem de longe consegui expressar tudo o que desejo mas enfim... é só um começo!

por Karen Menatti