segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Mordeu. Feito manga fiapo nos dentes.
Lambuzou-se rosto, pescoço, mãos.

Escorreu. Peito, barriga, sexo.
Pés inundados.

Poça de gozo-fruta.
Bruta.

Enfim...chão.
Leu Drummond e quis amar! Desejou vestido novo com tecido escolhido pelas próprias mãos. Quis mudar os cabelos e as formas.Especialmente as de lidar, embora fossem as mais difíceis. Quis que a delicadeza não desistisse de ser. Pensou em por quês: por que deixar pra amanhã; por que não tentar; por que não. Por quê? Desejou o respiro do tempo:como num breve suspiro, desses restauradores. Simples. Pensou em ser mais e ser menos, bem menos. Quis o que nunca quis: ser flor; cultivo e beleza. Desejou que o homem bonito a visse como flore que num incontido impulso revelasse aos quatro cantos: flor!. Desejou colo sem pedir.Leu Drummond e quis ser palavra. Palavra que uma vez dita pudesse mudar o mundo. O pequeno mundo diante de si, Desejou ser palavra degustada com requintes de banquete. Ser engolida com ares de sede. Leu Drummond e tudo virou inquietude e pedra e flor.